A Globo é uma marca de muita história, assistida por mais de 200 milhões de pessoas diariamente, no Brasil ou no exterior. É a segunda maior rede de televisão comercial do mundo, atrás apenas da norte-americana ABC. Agora a emissora está de cara nova, apresentando um redesign, que nada mais é do que uma adaptação. Isso porque se viu uma imagem extremamente consolidada e relevante com a necessidade de se atualizar aos tempos atuais, porém não valia a pena jogar fora e mudar um símbolo já reconhecido por todo o Brasil. Pensando nisso, foi investido 9 meses de trabalho de uma equipe competente que se comprometeu a manter o legado conhecido, forte e consistente da empresa, preservando e homenageando.
O redesign da logo nada mais é do que uma combinação da mistura 2D com a 3D, relembrando as tendências dos anos 2000, com cores fortes. Resultando assim uma identidade visual mais vibrante que foi capaz de chocar o público. Essas cores saem do símbolo e contagiam a tela inteira, uma forma da marca expressar proximidade e se mostrar acessível. Ao mesmo tempo que muitas pessoas recebem bem, muitos profissionais de design afirmam que essa composição não funciona no estilo dinâmico, onde tem muito movimento, que é o caso da televisão. E lembram que quando o SBT fez algo semelhante recentemente foi considerado como brega e exagerado.
A tradição em identidade visual, que começou com Lucas Doner, está presente e contínua, mas isso se trata de uma evolução interna que traz novos atributos e características que devem ser expressados na sua representação física também. Visando acrescentar uma personalidade ainda mais humana, enquanto lembra a linguagem virtual, se propondo a ser antenada, humana, autêntica, companheira, criativa, comunicativa e popular. Desejando falar com igualdade em todos os pontos de contato com o consumidor, propondo sintonia e participação na sociedade. Essa mudança foi apresentada juntamente com a famosa canção de ano novo, e assim traduz as expectativas da emissora para o futuro, especialmente em 2022.
É possível pensar que esse movimento, que contagiou a marca ao ponto de provocar essas transformações, confundiu o seu público. Isso porque foi uma incorporação abrupta de uma narrativa diferenciada, com a saída de personalidades veteranas do projeto, a contratação de influenciadores com discursos ousados, entre outros comportamentos inovadores que não pareciam combinar com tudo o que sempre foi mostrado. Mas agora se tornou mais claro que isso fazia parte, realmente não combina com a imagem que a TV Globo sempre mostrou simplesmente porque essa está diferente. Todo esse incômodo faz parte tanto da nova identidade, que expressa uma nova estratégia e um novo posicionamento que já estava sendo articulado. Um renovação de fato com um reposicionamento de marca ao mesmo tempo que se faz uma reciclagem na imagem.
Acontece que posicionamento de marca influencia muito no comportamento e relacionamento da marca no geral. Isso expressa a sua estratégia, entrega a sua identidade, sendo tão forte no mundo empresarial que é capaz de determinar seus concorrentes. Ou você acha que o Madeiro compete com o Mc Donald’s porque ambos vendem hambúrgueres? Essas discussões vão muito além de um estereótipo ou classificação de produto, pois grandes empresas planejam além de simples pensamentos.