Na dúvida, o Burger King escolheu a segunda opção — e acertou em cheio.
O “Corno Drive-Thru”, lançado agora em junho de 2025, no embalo do Dia dos Namorados, não é apenas mais uma campanha. É um daqueles raros momentos em que uma marca atravessa a bolha do publicitário e entra na roda de conversa da galera comum. Ganha post orgânico, comentário com riso nervoso e até confessionário espontâneo no Twitter.
E tudo isso, claro, usando uma das matérias-primas mais ricas da comunicação contemporânea: a vulnerabilidade humana.
Vamos falar de dor. E de como o marketing (bem feito) pode rir dela.
Chifre. Corno. Ex que te largou na semana do seu aniversário. É um território que boa parte das marcas evita como se fosse um campo minado.
Só que o BK, com a maestria de quem já deu sanduíche pra calvo e parabenizou advogadas com Whopper, resolveu mais uma vez se posicionar num espaço emocional onde poucos ousam entrar: as pequenas vergonhas universais.
O “Corno Drive-Thru” convida quem já foi traído a passar no drive com um amigo que comprove a história. Em troca? Um Whopper de presente.
É simples. É direto. É engraçado. Mas principalmente: é extremamente humano.
O diferencial? Timing + Cultura + Coragem criativa.
Aqui na Meiaum, a gente costuma dizer que não existe campanha viral sem uma verdade social por trás. E o que o BK faz com essa campanha é justamente isso: ele enxerga uma verdade cultural — o trauma amoroso que une o país de norte a sul — e a transforma em um momento de alívio coletivo.
Mas isso não é feito na sorte. É feito com:
- Escuta social ativa
O BK vem monitorando conversas de verdade. Do meme ao desabafo, o termo “corno” é praticamente patrimônio afetivo do brasileiro. - Timing emocional perfeito
Soltar essa campanha no Dia dos Namorados é mais do que estratégico: é subversivo. - Branding com personalidade
Não é toda marca que pode brincar com esse território. O BK pode porque já tem histórico, tom e comunidade pra sustentar a piada.
Calvos, cornos: o BK mapeou dores e transformou em love brand
Se você acompanha o trabalho do BK nos últimos anos, sabe que essa campanha não surgiu do nada. Ela é parte de uma jornada que vem identificando públicos que são, ao mesmo tempo, marginalizados na comunicação tradicional e super representativos culturalmente.
Vamos relembrar:
- Drive-thru dos Calvos – premiando quem tem a clássica calvície com um Whopper.
- Agora, o Corno Drive-Thru – talvez o ápice da campanha que entende a dor com humor.
Essas ações têm algo em comum: todas elas constroem comunidade ao redor de uma dor socialmente reconhecida, com leveza e autenticidade.
Isso é branding emocional. E do mais inteligente.
Marketing que entende de gente: por que isso importa?
Na Meiaum, a gente acredita que marcas que querem continuar relevantes em 2025 precisam entender que o consumidor não está mais interessado apenas em comprar — ele quer se ver, se sentir, se conectar.
O BK não fala com o público: ele fala COMO o público.
E é por isso que as campanhas performam:
- Engajamento orgânico alto
- Mídia espontânea em massa
- Conversão de conversa em tráfego de loja
- Reforço de território e identidade da marca
Enquanto outras empresas fazem o arroz com feijão da data comemorativa, o BK tá lá servindo chifre bem passado no pão com gergelim — e todo mundo tá querendo um pedaço.
O que a sua marca pode (e deve) aprender com o BK
- Coragem criativa não é sorte — é estratégia bem alinhada.
Se o tom tá certo, a comunidade existe, e o timing cultural bate, a ousadia se paga. - Humanização vende mais que benefício funcional.
O “corno” não tá indo no BK só pelo hambúrguer. Ele tá indo porque foi reconhecido, acolhido, visto. - Marca não é o que você diz. É o que as pessoas sentem ao ouvir seu nome.
O BK virou sinônimo de coragem, humor, verdade. E isso vale muito mais que qualquer jingle.
A Meiaum constrói esse tipo de campanha todos os dias
Aqui, a gente não pensa campanha por campanha. Pensamos no território de marca.
Entendemos o código social por trás da piada, o algoritmo emocional que transforma riso em afeto, o insight que nasce do incômodo coletivo e vira call criativa que gera venda.
Campanhas como essa do BK só confirmam o que a gente já sabe:
Quem entende o consumidor, nunca falta assunto. Nunca falta público. E nunca falta impacto.
Em resumo: ser corno é cultural. Fazer campanha com isso é genial.
E se sua marca ainda tá com medo de “pegar mal”, talvez esteja na hora de repensar se ela realmente entendeu o mundo como ele é.
Porque hoje, em 2025, o consumidor quer rir, se emocionar e se sentir visto.
E se ele tiver que escolher entre a oferta bonitinha da concorrência e o Whopper do corno? A gente já sabe como essa história termina.